sábado, 25 de junho de 2016

NERVOS(SISTEMA NERVOSO)

5.0 — NERVOS

                                
  Logo após sair do tronco encefálico, da medula espinhal ou de gânglios sensitivos, as fibras nervosas motoras e sensitivas reúnem-se em feixes que se associam a estruturas conjuntivas (libras colágenas), constituindo nervos espinhais c cranianos que serão estudados detalhadamente nos Capítulos 11 e 12. Aqui, cabe o estudo de sua estrutura. Os grandes nervos, como o isquiático, o radiaL o mediano e outros, são mielínicos, isto é, a maior parte de suas fibras são mielínicas. Tais nervos apresentam um envoltório de tecido conjuntivo rico em vasos, denominado epineuro. No seu interior, colocam-se as fibras nervosas organizadas em fascículos. O epineuro com seus vasos penetra entre os fascículos. No entanto, cada fascículo é delimitado pelo perineu, que compreende tecido conjuntivo denso ordenado e células epiteliais lamelares ou achatadas, que formam várias camadas entre esse tecido conjuntivo e as fibras nervosas. Entre as camadas de células epiteliais perineurais há também fibras colágenas. Geralmente, à microscopia óptica, identifica-se apenas o componente conjuntivo do perineuro , dado o grau de achatamento das células epiteliais e em razão da presença de fibras colágenas entre elas. As células epiteliais perineurais são, contudo, facilmente identificadas à microscopia eletrônica. Unem-se uma às outras por junções íntimas ou de oclusão e assim isolam as fibras nervosas do contato com -o líquido intersticial do epineuro e adjacências. Dentro de cada fascículo, delicadas fibrilas colágenas (colágeno tipo III), também denominadas fibras reticulares, formam o endoneuro, que envolve cada fibra nervosa. O endoneuro limita-se internamente pela membrana basal da célula de Schwann, visualizada apenas à microscopia eletrônica. À medida que o nervo se distancia de sua origem, os fascículos, com sua integridade preservada, o abandonam para entrarem nos órgãos a serem inervados. Assim, encontram-se nervos mais finos formados por apenas um fascículo e seu envoltório perineural. Um nervo mielínico pode conter em seu interior algumas fibras amielínicas. Feixes de fibras amielínicas podem também constituir delicados nervos ou troncos nervosos amielínicos. Os capilares sangüíneos encontrados no endoneuro são semelhantes aos do sistema nervoso central e, portanto, capazes de selecionar as moléculas que entram em contato com as fibras nervosas. Assim, no interior dos fascículos, tem-se uma barreira hematoneural semelhante à barreira hematoencefálica. No entanto essa barreira só é efetiva graças ao perineuro epitelial, que isola o interior do fascículo. É bom lembrar que, ao nível das terminações nervosas sensoriais livres, das placas motoras e das terminações autonômicas, as fibras nervosas perdem seus envoltórios e não são protegidas por barreiras, como ocorre ao longo dos nervos, podendo, em conseqüência, sofrer a ação de fatores lesivos. Além do mais, bacilos como o da hanseníase podem atingir os nervos a partir das terminações, causando degeneração de fibras nervosas.

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